O SISMUC convoca todos os guardas municipais e pessoas interessadas para um grande ato público em função das mortes recente de guardas municipais, a realizar-se na BOCA MALDITA no dia 17/10/2009 às 11:00.
Na ocasião serão feitas homenagens aos GMs mortos.
É muito importante o comparecimento dos guardas municipais, de Curitiba e RMC, e seus familiares, a situação já está no seu limite, quem será o próximo?
Leia na integra:
A terceira morte de guarda municipal de Curitiba, assassinado por motivos relacionados à atividade profissional, nos últimos quatro meses, levanta questões sobre as condições de trabalho desses trabalhadores. São vidas que se perdem devido ao cumprimento do dever deixando famílias desoladas, amigos estarrecidos e colegas em pânico.
Essa, aliás, tem sido a palavra utilizada pela categoria para descrever o sentimento sobre a atividade profissional. No relato desses trabalhadores, durante assembleia realizada ontem (14), no Sismuc, o que se percebe é uma série de condicionantes que ajudam a explicar a razão dos assassinatos. E não é acidente, infelicidade, nem tampouco responsabilidade do próprio guarda que foi assassinado como quer fazer crer a chefia da secretaria de defesa social.
“Na minha rua todos sabem que eu sou guarda municipal. Eu sou um alvo para o bandido, o marginal. Eu trabalho 24 horas por dia, porque quando coloco o pé na rua, para ir ao trabalho, eu já estou trabalhando, estou fazendo um trabalho de proteção social, porque estou com a farda. Sem falar das ameaças de bandidos, com as quais temos que conviver todos os dias”, disse um guarda presente à assembleia.
Tudo isso, aliado á baixa remuneração, uma das menores de todos os segmentos da prefeitura, jornadas extenuantes, ampliadas pelas horas extras e plantões, à falta de capacitação e treinamento e às péssimas instalações e condições as quais são submetidos os guardas. Um deles chegou a relatar que não aguenta ficar em pé, às três horas da manhã, sem lugar próprio para descanso, material de higiene, sem alimentação ou lugar para comer e sujeito à ação de ladrões.
Trocas de tiro são comuns para esses profissionais que tem que enfrentar grupos de bandidos ou conflitos nos equipamentos públicos em dupla ou, às vezes, sozinho.
Intransigência
Na regional do CIC, um dos locais mais perigosos, onde o guarda Aparecido José de Souza recentemente foi assassinado, houve uma reunião convocada pelo Sismuc com representantes da guarda e da polícia militar, na semana passada. O objetivo era resolver o problema emergencial de servidores que estão sendo ameaçados por bandidos. Por isso, solicitou-se que a PM intensifique as rondas na região e que os assassinos sejam presos. A diretoria do sindicato tem consciência que essa medida não resolve o problema de segurança e destacou para o inspetor Cubas as dificuldades dos trabalhadores da guarda municipal.
Intransigente, Cubas afirmou que o assassinato teria sido culpa do próprio guarda, por conduta perigosa. Esse, aliás, tem sido o argumento utilizado pela administração municipal e pela PM para se desresponsabilizar de um problema grave que tem custado a vida de trabalhadores.
Parte dos problemas também decorre das imposições das chefias aos trabalhadores. Qualquer reclamação ou sugestão dos guardas tem sido encarada de forma ofensiva pelas chefias, que respondem com punições, como transferências para locais mais perigosos. A “mordaça” tem obrigado os trabalhadores a “mendigarem” por melhores condições de trabalho, competindo entre si para evitar situações ainda piores.
Mobilização
Com o objetivo de sensibilizar a população e pressionar a administração municipal e a secretaria de defesa social para que reveja os procedimentos, as condições e a rotina de trabalho dos guardas municipais, será realizado um ato público no próximo dia 17. Intitulada “Ato em defesa da vida dos trabalhadores”, a manifestação inicia às 11 horas, na Boca Maldita, onde será realizada panfletagem de uma carta aberta à população e coleta de assinaturas.
Três mortes em quatro meses
O guarda municipal Aparecido José de Souza, 57 anos, foi executado dentro do Cmum da Vila Barigui, Cidade Industrial, no dia 24 de setembro. Os guardas Mauro César Carvalho e Renato César Rodrigues do Nascimento foram assassinados em junho e julho, respectivamente. O primeiro morreu no cumprimento do serviço e o segundo foi assassinado em casa com suspeitas de represálias pela atividade profissional.
Reuniões do coletivo da guarda
O Sismuc vem realizando reuniões, a partir do coletivo dos guardas municipais, para debate do plano de cargos, carreiras e salários próprio para esses profissionais. A proposta vem sendo elaborada com o intuito de apresentá-la à secretaria de defesa social, conforme definido em mesa de negociação. Questões salariais, condições de trabalho, atribuições da profissão, entre outros fazem parte da pauta. A próxima reunião ocorre no dia 28 de outubro, às 19 horas, no Sismuc.
Ato em defesa da vida dos trabalhadores
Data: 17/10
Horário: 11 horas
Local: Boca Maldita
Imprensa Sismuc
FONTE: http://www.sismuc.org.br/Noticias_vsl.asp?cod=738
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
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